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Crítica| A bruxa (2015)


12 de mar. de 2016

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Título original: The Witch
Diretor: Robert Eggers
Gênero: Terror e Mistério
Elenco: Anya Taylor-Joy, Ellie Grainger, Harvey Scrimshaw, Kate Dickie, Lucas Dawson, Ralph Ineson, Bathsheba Garnett, Julian Richings
Distribuidora: Universal Pictures
Duração: 92 minutos
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 16 anos
Situação: Em alguns cinemas - Em São Luís no Kinoplex e Cinepólis
Avaliação: Bom



Creio que  A bruxa é o filme de terror com maior buzz dos últimos tempos, por mérito próprio, sem ligações com mortes dos envolvidos ou brincadeiras paranormais. Teve o Mestre do horror dizendo que ficou  assustado, teve cantora gótica suave recomendando o filme, pois é “fuuuuucking terrifying”, teve crítico dizendo para não ver esse filme no cinema, e por último,  mas não menos perturbador, teve templo satânico elogiando (?) o filme, o que criou uma baita expectativa, tipo isso:

No entanto, desde sua estreia, o filme tem acarretado uma enxurrada de críticas negativas, que vão desde o puro e simples "não gostei" até o "filme besta, nem fiquei com medo". Pois bem, três dias após ter visto o filme e um pedaço da madrugada com medo e muita reza, venho fazer algumas considerações sobre o filme.

Achei o filme bom, não assistiria de novo, porque né, uma vez foi mais que suficiente, e que todo o marketing foi justificado. A bruxa é um dos filmes mais perturbadores que vi. Foram 92 minutos de filme, com a sensação de 180, e 99% de terror psicológico, mas aquele 1% de susto.

O longa se passa em 1630, na Nova Inglaterra e conta a história de um casal e seus cinco filhos,  que após o patriarca, um cristão fervoroso,  divergir sobre a religiosidade dos outros colonos, vão viver em uma clareira perto de uma floresta e, após o sumiço do filho mais novo, a família passa a questionar sua fé e suspeitar que a filha mais velha está envolvida com o capiroto bruxaria. Pouco a pouco, um ambiente de terror e histeria toma conta das personagens, que não sabem mais no que acreditar.

Toda a ambientação do filme é muito bem feita, com menos de 10 minutos de filme já estava  a sensação incômoda do tipo "por que quis assistir isso", que só foi evoluindo. Vou deixar bem claro que não é um terror lugar-comum, cheio de sustos que fazem o espectador pular da cadeira, no decorrer do longa haviam vários momentos propícios, mas essa não era a intenção do diretor.

O clima tenso, por vezes macabro, de A bruxa é criado pela fotografia, que se valendo da luz exterior consegue criar uma ambientação envolta em trevas; e reforçado pela trilha sonora, que só consigo descrever como bizarra, toda vez que ouvias as notas me preparava logo para o medo. Tenho que comentar também todo o simbolismo e animalismo da trama...Black Phillip, o bode, tem algumas das melhores cenas.

O elenco como um todo é eficaz, mas o destaque fica para Ralph Ineson (que voz hein),  o patriarca fanático, que em meio a mentiras e omissões ainda é capaz de julgar a filha mais velha, Thomasin, interpretada por Anya Taylor-Joy, que repassa todos os sentimentos que afloram de forma contida até o ápice da trama. Ia falar da desiludida Katherine de Kate Dickie, mas acabaria falando de todos os atores...

Posso até ser facilmente impressionada em se tratando de filme de terror, mas é inegável que A bruxa tem seu valor, ainda mais se considerarmos que é um filme independente e tecnicamente impecável. Vamos deixar um pouco essa cultura de susto e ficarmos tensos e assustados com esse filme.

Tinha mais coisa para falar, mas acabaria soltando algum spoiler e também a postagem ficaria muito grande, mas recomendo  a matéria do Estadão sobre o filme e o feminismo e o da UOL.

Se possível recomendo assistirem a uma sessão mais cedo ou mais tarde, por serem mais tranquilas, para aproveitar melhor o filme, minha sessão, foi a de 16h00 estava lotada e o povo riu o filme quase todo, e eu toda tensa e pensando: 

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